domingo, 21 de março de 2010

Os ministérios do amor e da saúde advertem:

A paixão é uma droga
Que domina o corpo e a mente
E te faz se sentir num estado sublime
Te eleva o espírito onde nenhum outro mortal alguma vez chegou.

A paixão é uma droga
Vicia instantaneamente, num trocar de olhares.

Sua falta causa efeito mais nefasto e destruidor
Que qualquer outro entorpecente
O corpo padece, a mente vagueia, os dias demoram a passar...
Uma vez experimentado este sentimento devastador, nunca mais conseguirá viver sem ele.

Simples complexidade

... (re)interpretando Ortega y Gasset

Yo soy yo y mi circunstancia, y si no la salvo a ella no me salvo yo (Ortega y Gasset)


Yo soy yo y mi circunstancias, isto é, tudo o mais que me compõe
Eu sou tudo em que acredito, sou minhas esperanças e medos,
Sou meus valores e convicções.

Eu sou meus erros e as lições que deles tirei
Minhas quedas e percalços que me fizeram crescer.

Eu sou minhas alegrias e vitórias. Sou tudo aquilo que faço por mim e pelos outros, para que a vida seja muito mais bela de se viver.

Esta é minha identidade, isso tudo sou eu. Muito prazer, Alessandro Santana!

sábado, 20 de março de 2010

Transforme sua frustração em poesia!

Fernando Pessoa já disse, guarde as pedras do caminho e construa um castelo
Pois eu completo: transforme sua frustração em poesia!
Transforme sua tristeza num sorriso, ele é sua principal arma contra o mau humor crônico do mundo.
O sorriso é subversivo...
... Acima de tudo, sorria!

terça-feira, 16 de março de 2010

O haver (Vinícius de Moraes)


Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
– Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história...

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Amor ou paixão à primeira vista?

O que temos à primeira vista não é amor é paixão. Paixão é aquele sentimento arrebatador, fogaréu que toma conta do coração, dos pensamentos, da alma.

Paixão é a fogueira que mantém aceso qualquer relacionamento. Amor, por outro lado, é o sentimento mais belo e saboroso que existe. Nasce no dia-a-dia, nas pequenas coisas como simplesmente ouvir a outra pessoa, fazer o possível pra ela se sentir feliz. Mandar flores...

Amor se traduz em carinho, compreensão, respeito. Amor é um sentimento tão forte que é capaz de vencer qualquer obstáculo, desafio. É união.

É possível amor sem paixão? Com toda certeza NÃO. Um relacionamento sem paixão é frio, sem gosto; sem amor é castigo.

Se você já amou ou foi amada de verdade por alguém, parabéns! Amar é privilégio para poucos. Independente de todas as catástrofes do universo, amor verdadeiro é eterno.

segunda-feira, 8 de março de 2010

CARLOS, sábio DRUMMOND, genial de ANDRADE...

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

(Drummond)

Quando eu tiver meus filhos, darei estes conselhos...

Ame, sempre e verdadeiramente
Deixe a paixão fluir em você, ela é combustível de vida!
Seja sempre sincero com os outros, mas infinitamente mais contigo mesmo e com seus sentimentos
Não tente adivinhar se esta ou aquela é a mulher da sua vida, simplesmente ouça seu coração.
Valorize quem te dá valor...

Aprenda, tudo que é para sempre, um dia acaba (ou parece acabar)...
A vida muda, e as pessoas também
O que você não pode, é buscar a felicidade apenas nos outros, confie em si mesmo.
Aliás, felicidade é um estado de espírito tão relativo, não é?!

No entanto, nunca desista de procurar o amor - e também deixar que ele te encontre.

Não esqueça que ninguém é perfeito, nem você é! Não crie padrões estanques de beleza e comportamento... o amor é subversivo!
Se tiver a felicidade de encontrar alguém que lhe faça se sentir bem, que lhe faça feliz, aproveite cada segundo ao lado dela. Tens o dever de faze-la mais feliz ainda, de nunca lhe deixar faltar amor, carinho, companheirismo e compreensão.

Se não, a vida continua... o importante é nunca deixar de buscar, é estar sempre receptivo ao amor, portanto, vivo!.

É meu filho... seu pai também já passou por situações como essas...
Seu pai também já amou, já foi amado, se decepcionou e magoou pessoas que não deveria. Pense muito bem no que fazes, para tudo há uma consequência. E isto digo por experiência própria...

Enfim, sei como são os jovens... sei que meus conselhos entraram por um ouvido e saíram por outro...
Que a vida não é fácil, todos sabem, mas só você sabe onde e como chegar, pois o caminho é você quem faz.

Devaneios de um professor de história

Não sei o que acontece, mas não tenho mais paciência para escrever textos no caderno. Também já cansei de perder escritos únicos nas muitas formatações e backup do meu péssimo computador.

Desta forma, decidi reviver este blog, que já existia ha alguns anos mas que havia cancelado num dia infeliz, como forma de manter vivos alguns pensamentos e reflexões que marcam partes fundamentais da minha vida, e da minha percepção de sociedade.

Ah, cansei...

Fui!